segunda-feira, 23 de agosto de 2010

         
        A hostilidade tivera influência considerável na sua personalidade a partir da perda, em uma trágica morte, de sua “estrela guia”, como costumava chamar sua mãe, entretanto, essa fora essencial para o nascimento daquela nova mulher.
        Não era amarga ou má, pelo menos ninguém nunca notara, era precisa, calculista, uma especialista, graduada. A sua beleza era inimaginável, nem a mais bela das flores possuía tamanha formosura, pele delicada, curvas exuberantes, sorriso incomparável ao canto de quaisquer pássaros.
        Vivia sozinha em um pequeno apartamento, nada de amigos, parentes ou namorados, estranho? Não, simplesmente não era a hora, como pensavam seus vizinhos. Às vezes viajava passava poucos dias fora, ninguém sabia para onde ela ia. De qualquer forma, quando retornava delas, parecia mais jovem.
         Nenhum grande mistério? Não, no mínimo saia para espairecer, mais a verdade não era esta. Suas viagens tinham um destino, uma cidadezinha, por fora parecia mais um lindo chalé rodeado de flores do campo, mas lá dentro, dentro deste chalé era que morava o perigo.
        Na verdade “a galeria”, como ela referia-se ao chalé, era minuciosamente organizada, crianças de 5 anos, adolescentes de 16, suas idades preferidas e homens de 20 a 25 anos eram os itens seus prediletos, as crianças e adolescentes eram escassos, 3 ao todo, mais os homens, a esses eram como o mais doce dos méis, a adrenalina tomava conta do seu corpo, eles a excitavam mais do que qualquer coisa.
        Os músculos, o coração, o cérebro, era inebriante. Seus “troféus”, como chamava suas vítimas, eram sua alma, empalhar corpos e averiguar a anatomia interna humana era como ir aos céus.
       Maníaca, psicopata, serial killer, como quiser chamá-la, mas para ela nada além de uma voluptuosa sede de sangue.

// Niccoli Grings

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